Cigarro: vício poderoso !

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Não seria preciso comentar, pois todos sabem os malefícios que o cigarro causa. As próprias embalagens e as publicidades desse produto, forçadas pela legislação, demonstram o quanto ele é prejudicial.

A resolução da ANVISA n.º 335, por exemplo, determina a impressão da seguinte informação nas embalagens de cigarro: "Este produto contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, e nicotina que causa dependência física ou psíquica. Não existem níveis seguros para o consumo destas substâncias".

A Organização Mundial da Saúde revela que o cigarro está entre as principais causas de morte evitável. Uma infindável série de doenças está relacionada ao fumo, sobressaindo o câncer. O cigarro é o maior problema de saúde pública mundial. Só no Brasil, cerca de 200 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do cigarro, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Para abonar os danos que o cigarro causa, grupos defensores da droga afirmam que pela alta taxação ele gera elevadas receitas tributárias. Entretanto, essas receitas são anuladas pelos gastos com saúde provocados pelo tabaco.

É o caso do site fumantesunidos.org o qual revela que os custos com a saúde dos fumantes são 40% maiores do que os custos com não-fumantes, mas em uma população em que ninguém fumasse os custos seriam 7% maiores entre os homens e 4% maiores entre as mulheres do que os custos na atual população mista de fumantes e não-fumantes. Isso em decorrência da maior expectativa de vida dos não-fumantes !

Se não bastasse a questão de saúde pública decorrente dos danos à saúde dos fumantes e daqueles a eles próximos (fumantes passivos), o que basta para justificar a ojeriza que essa droga deveria ter no meio social, há ainda prejuízos econômicos e ambientais.

O fumo contribui para a ocorrência de aposentadorias e mortes de pessoas em idade produtiva, maior índice de faltas e menor rendimento no trabalho, maiores gastos com seguros, com limpeza, enormes prejuízos econômicos e ambientais com incêndios, perda da qualidade de vida do fumante e da família. Enfim, há milhares de estudos que apontam os malefícios que o cigarro gera. Não há vantagens ou argumentos que compensem a sociedade ou abone os danos que o cigarro causa.

O fumo também traz custos ambientais. O intensivo uso de agrotóxicos pelos fumicultores (usados muitas vezes sem equipamentos de proteção) favorece a contaminação do solo, das águas, das plantas, dos animais e das pessoas. Também há a queima de madeira para a secagem do fumo e uso de papel na confecção dos cigarros.

Há outros custos arcados pela sociedade. Por exemplo: o governo gasta dinheiro público na realização de grandiosas campanhas publicitárias contra o tabaco. Entretanto, é difícil conscientizar quando é possível driblar a legislação e colocar imagens do cigarro associadas ao prazer em filmes, novelas, etc., ou quando o acesso à droga é facilitado.

O uso do tabaco é contraditório com os valores atuais. Hoje, a sociedade exige ações social e ecologicamente corretas, produtos que não agridam o meio-ambiente, pesquisam-se fontes de energia limpa, luta-se para recuperar o meio-ambiente, tudo com o objetivo de alcançar mais saúde e maior qualidade de vida. Por outro lado, apesar de alguns países estarem inibindo o consumo da droga através da conscientização e de imposições legais, o vício do tabagismo continua agindo na contramão e apanhando cada vez mais pessoas.

Até mesmo autoridades regionais se pronunciam incoerentemente, confirmando de um lado os malefícios do cigarro, pedindo aos jovens que não comecem a fumar, e por outro lado rogam aos agricultores que não deixem de produzir o fumo, afirmando que a cultura sustenta a região e não pode ser abandonada.
Corroborando que a questão é puramente econômica em detrimento da saúde da população, empresas do setor, por exemplo, aproveitam o fato de que o cigarro mais barato fabricado no Brasil custa em torno de R$ 1,00 e o paraguaio R$ 0,30. Com isso, 11 das 13 indústrias de cigarros instaladas no Brasil montaram filiais no Paraguai.

O governo, por sua vez, exibe sua preocupação com os “contrabandos de cigarros paraguaios”. Segundo matéria no site do Jornal do Brasil, o governo federal perde em tributos, por ano, R$ 1,2 bilhão por causa do contrabando de cigarros.

É lógico e natural que hajam interesses econômicos, que se busque o maior retorno em toda a cadeia produtiva. E são esses interesses que fazem com que essas empresas permaneçam trazendo o “desenvolvimento regional” enquanto houver terreno fértil para explorar e garantir seus lucros.

Talvez seja por isso que se tenta insistentemente